Como liberar o perdão.

Como liberar o perdão.


O perdão não é um conceito fechado e dá margens à várias interpretações. 





Uma destas formas se relaciona com o esquecimento de um ultraje, mas como sabemos isto não é algo que se consiga somente com a boa vontade.

Exige ressignificação do ocorrido, ou seja, é necessário interpretar os acontecimentos sob outro viés, buscando compreender também os motivos que levaram alguém a agir de forma destrutiva. 



Naturalmente existem agravos de todos os níveis e quanto maior a ofensa, maior a dificuldade de ressiginificar e perdoar.

Porém, sempre que possível, é útil repensar os acontecimentos deixando de lado as emoções, focalizando o fenômeno em si. Será que a mudança de contexto não poderia oferecer outra visão dos fatos?



O grande aliado do perdão é o tempo. Aquilo que hoje pode parecer impossível de se perdoar, daqui algum tempo poderá ser algo minúsculo.



Outro ponto que vale a pena se destacar é que o perdão não pressupõe o resgate da confiança nem do vínculo. Perdoar pode também ser entendido como a ausência de motivação para retaliação.



A magnitude da ocorrência pode deixar marcas duradouras na memória, acionando algumas partes do cérebro sempre que o indivíduo se deparar com circunstâncias que o remetam ao ocorrido, portanto não é a ocorrência em si que determina a gravidade, mas a forma como o indivíduo a percebeu.



Por isso, pra que o perdão ocorra de fato, é fundamental que haja motivação, coragem para enfrentar os novos riscos e desejo de ressignificar as relações. 



É possível perdoar, porém é muito difícil resgatar os vínculos da mesma forma. A relação "perdoada" será quase sempre, uma relação costurada, fragmentada, marcada por dissidências. Porém é necessário dar outro status a este tipo de relacionamento, considerando sempre que as pessoas podem errar de novo.



Se você acredita que não será possível conviver com a pessoa que o magoou, não tente restabelecer o vínculo. O simples fato de não desejar retaliação já pode ser considerado uma forma de perdão. 



Mas se você entender que a relação pode ser resgatada, mesmo com ressalvas, e que os ganhos oriundos do vínculo podem superar a dissidência, pode ser uma boa alternativa.



Abraços!