Vamos falar sobre AMOR?
Parte 2
Continuação do texto: Vamos falar sobre Amor?
A amplitude do tema possibilita as múltiplas reflexões, portanto este tópico tem como finalidade ampliar o entendimento sobre o Amor, sem a pretensão de esgotá-lo.
Amor na Psicologia
O amor é entendido na teoria de Stenberg (1986) como a variação em função da extensão três elementos básicos: a paixão, a intimidade e o compromisso. As variações possibilitam oito formas diferentes de amar.
Paixão | Intimidade | Compromisso | |
Desejo passageiro | X | ||
Amizade | X | ||
Companheirismo | X | X | |
Amor vazio | X | ||
Amor romântico | X | X | |
Paixão fugaz | X | X | |
Amor consumado | X | X | X |
Inexistência de amor |
Paixão - conjunto de reações emocionais, de ordem biológica que visa a proximidade entre os pares. Geralmente dura até dois anos, podendo transformar-se em amor ou extinguir-se.
De acordo com Fabichak (2010):
Possui três características básicas: sentimentos de felicidades sobre o ser amado; pensamentos intrusivos, ou seja, pensamentos repetitivos sobre o amado [...] E um desejo ardente pela união emocional com o parceiro (p. 47).
Intimidade – implica em partilhar ocorrências boas e ruins, uma vez que envolve a confiança na pessoa amada. Aliás, um dos aspectos que torna esta pessoa tão desejada é o fato de que ela não se mostra ameaçadora, portanto confiável (observe que este conceito de confiabilidade varia de pessoa para pessoa). Se a pessoa é confiável, significa que você poderá contar com ela em diversos momentos. A intimidade é diferente da confluência, pois é possível manter uma relação de intimidade com alguém sem fundir-se a ela, mantendo a individualidade.
Compromisso – é o engajamento na relação que pressupõe levá-la adiante (até onde for possível), buscando a superação de adversidades.
A sincronicidade
Pesquisas recentes (Fredrickson, 2013) apontam que o amor é considerado como uma emoção. Da mesma forma que o medo e a raiva, e não é possível senti-lo o tempo todo, ficando sujeito às modificações do contexto.
Para a pesquisadora Barbara Fredrickson, o amor não é duradouro e sim um micromomento de conexão com outras pessoas.
Isto explica em partes, o motivo que leva alguns apaixonados (e outras pessoas conectadas entre si) a terem os mesmos comportamentos, mesmo que de forma sutil. Portanto, a correspondência afetiva não se resume a "fazer coisas juntos". Vai muito além disso. Não é objetiva, e sim, subjetiva. As vezes nem é observável a olho nu.
As evidências sugerem que quando você realmente tem um ‘clique’ com alguém, uma sincronia momentânea, mas discernível, emerge entre os dois, conforme os gestos, a bioquímica e as descargas neurais, se espelhando um no outro em um padrão que denomino ressonância de positividade. (Fredrickson, apud Araia, 2014).
O amor pode ser cego, mas é inteligente.
Para que ocorra o amor, é necessário que os mecanismos cerebrais, responsáveis pelos comportamentos de interação afetiva estejam devidamente sincronizados, e infelizmente, isto não é um procedimento consciente. Por isso, não se pode obrigar alguém a amar, se isto não for "neurologicamente possível".
A falta de sincronicidade pode levar muitos indivíduos a investirem em relacionamentos fadados ao fracasso, pois procuram a sincronicidade em comportamentos observáveis, gostos parecidos, etc. Se a teoria de Fredrickson estiver correta (2013) você não precisa mudar nada no seu comportamento para viver um amor verdadeiro; basta ser você mesmo. Alguém, em algum lugar, certamente entrará na mesma sintonia que você.
Referências:
ARAIA, Eduardo. O amor é uma emoção: não é eterno, mas pode ser infinito.[Online]. Disponível em: http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/140512/O-amor-%C3%A9-uma-emo%C3%A7%C3%A3o-n%C3%A3o-%C3%A9-eterno-mas-pode-ser-infinito.htm.
Acesso em 08 de maio de 2015
FREDRICKSON, Barbara. Amor 2.0: Como Nossa Emoção Suprema Afeta Tudo o Que Sentimos, Pensamos, Fazemos e nos Tornamos. Cia Ed. Nacional, 2013.
Psicóloga SP - Psicoterapia Humanizada na Bela Vista
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