Se um indivíduo apresenta dificuldades no momento de estabelecer contato ou aproximações, mas não em outros contextos, pode significar apenas uma forma leve de timidez se não houver prejuízos.
Entretanto, se esta limitação impossibilita vivenciar situações gratificantes, é importante verificar quais são os aspectos da história do indivíduo que determinaram este comportamento de esquiva.
O conceito que um indivíduo tímido faz em relação a si mesmo geralmente é negativo-catastrófico, o que gera sentimento de rejeição e baixa autoestima. É comum ouvi-lo dizer:“Não tenho assunto”;“Sou feio(a)”;“Não sou inteligente”;“Sou rejeitado”;Sua visão de mundo é catastrófica: acredita que as coisas boas só acontecem aos outros, menos com ele.
Não funciona muito exigir que se “solte mais”. Ele sabe disso melhor que qualquer um. Apenas não sabe exatamente como fazer isso.Dificuldade nos relacionamentos afetivos: Alguns indivíduos se queixam da dificuldade em encontrar o “par perfeito”, a “alma gêmea”, etc, e nesta busca enveredam por mil caminhos diferentes, percorrendo caminhos tortuosos.Não é uma busca fácil, porque a dificuldade não reside na busca especificamente, mas no ajustar-se ao outro.
Algumas pessoas querem um parceiro prontinho, perfeitinho e de preferência embalado para presente.Considerando que as relações se estabelecem em função das gratificações que proporcionam, é natural que os indivíduos busquem se relacionar com pessoas que possam “preencher” suas necessidades mais elementares de afeto.
Abreu (2005) informa que a vinculação entre casais apresenta semelhanças com a vinculação infantil, salientando que:
a) da mesma forma que a criança, o adulto tende procurar seu parceiro nos momentos de grande ansiedade;
b) a imagem de seu cônjuge é associada à conforto e segurança (base segura);
c) a separação gera ansiedade, tanto na criança que se separa dos cuidadores, quanto no adulto que se separa do seu par. (p.149)
Naturalmente esta categorização é aproximada, pois é comum observar algumas crianças que tiveram uma infância dramática tornarem-se adultos confiantes e vice-versa.
Levine e Heller (2013) apontam que existem dois tipos de apego, os ansiosos e evitativos:Os tipos ansiosos geralmente exigem atenção e demonstração de afeto, a fim de que conseguirem a confirmação que são realmente amados. Entendem que uma relação seja como uma fogueira que deve ser cuidada para que não se extinga. Para quem se relaciona com indivíduos que se aproximam deste padrão de apego, os autores (op. cit.) sugerem que ofereçam a eles a base segura que lhes falta.
Porém isto nem sempre é fácil. Oferecer segurança a quem não adquiriu ao longo do desenvolvimento pode ser uma tarefa dolorosa, pois requer muita sabedoria. É necessário que haja um diálogo claro, onde as pessoas busquem conhecer suas necessidades afetivas e consigam equilibrar os ganhos e as perdas, evitando invasão. Nestes casos é fundamental que haja uma real compreensão dos motivos que levam um indivíduo a demonstrar ansiedade diante de eventos corriqueiros.
Os evitativos são o extremo oposto: querem garantir sua independência a qualquer custo. Segundo Levine e Heller (2013) isto não significa que eles não amem seu parceiro, apenas que precisam manter seu espaço preservado. Tais indivíduos geralmente não costumam partilhar seu afeto além daquilo que julgam adequando, pois temem que serão invadidos e terão sua individualidade comprometida. A melhor forma de se relacionar com estes indivíduos é oferecendo a eles o espaço necessário para viverem de forma autêntica.Mas isto também não é fácil! Afinal que se relaciona geralmente deseja compartilhar vivências e afetos.
É importante que haja paciência e compreensão, para negociar com o parceiro evitante o espaço necessário para o relacionamento. Convém não forçá-lo a estabelecer relações mais íntimas do que podem oferecer, uma vez que esta atitude evitativa possivelmente foi adquirida ao longo do desenvolvimento. Por isso “forçar a barra” só vai fazer com que ele se afaste ainda mais.
No entanto, a sugestão que se faz para quem está com dificuldades de se relacionar com o ansioso ou com o evitante é que verifique prioritariamente as próprias necessidades afetivas e a disposição em negociar com pessoas diferentes e pouco dispostas a mudar. Se o relacionamento for gratificante, convém buscar apoio terapêutico para mediar os conflitos e ajustar as necessidades.
Apesar das diferenças pessoais, um relacionamento afetivo dar certo, mas é necessário que os pares se apropriem das suas diferenças, sem negá-las, assumindo defeitos e qualidades e mantendo sempre um diálogo aberto.
São aquelas dificuldades que surgem quando o indivíduo não consegue, por exemplo, trabalhar em grupo, mas consegue se reunir com o mesmo grupo para uma comemoração.Isto pode estar relacionado ao perfeccionismo, ou falta de confiança básica no outro.
Alguns indivíduos se relacionam muito bem com os amigos, vizinhos, até mesmo com os estranhos, mas por algum motivo apresentam dificuldades de se relacionar com os familiares. Este tipo de dificuldade é muito comum.Isto pode ocorrer em função dos diferentes interesses dos familiares e das diferentes limitações que o contexto familiar impõe, em função dos hábitos adquiridos ao longo do tempo.
Aqui não há alternativa: todos devem se ajustar às diferentes demandas, respeitando os limites do outro. É fundamental que a comunicação seja clara.
4. Dificuldades gerais
Em alguns casos, a história de vida de alguns indivíduos aponta para ocorrências limitadoras durante a infância ou adolescência, levando-os a se sentirem "inferiores", ou "superiores" aos demais. Isto pode colaborar para que alguns indivíduos acumulem pequenas dificuldades para se relacionar e num dado momento percebem que não conseguem mais se relacionar de forma saudável em nenhum contexto.
- O outro é um concorrente, não um semelhante;
- o outro é uma ameaça, não uma fonte de apoio;
- o outro é diferente;
- o outro é pior;
- o outro é melhor;
- o outro tem mais;
- o outro tem menos;
- etc.
Quem pode fazer Psicoterapia?
Todos podem se beneficiar da Psicoterapia: pessoas com ou sem conflitos emocionais, que querem orientaçoes, conselhos, querem entender melhor a si mesmo(as), gostaria de promover mudanças de pensamento, comportamento e atitudes, ou aprender simplesmente a demonstrar sentimentos, lidar com pessoas difíceis, ou se preocupam com pessoas muito queridas que estão sofrendo.
Além disso, também indicamos acompanhamento psicológico para quem NÃO tem problemas emocionais, mas deseja simplesmente compreender melhor alguns aspectos da vida, e manter a serenidade conquistada ao longo da trajetória existencial, a fim de continuar evoluindo emocionalmente.
Psicoterapia é indicada para todos(as), sem exceção.
✦Apresentam problemas de relacionamento
- Crenças de desamparo ou desamor;
- Dificuldade em superar um término de relacionamento;
- Dificuldade em aceitar uma traição;
- Querem manter um relacionamento feliz;
- Precisam se livrar de um amor doentio;
- Gostariam de aprender a amar;
- Querem identificar e se libertar de relacionamentos abusivos, abuso moral ou psicológico;
- Não querem mais aceitar joguinhos amorosos, nem Relacionamentos orbitais;
- Identificar Mecanismos de defesa nas relações afetivas;
- Lidar com perdas, abandonos e solidão.
Psicóloga SP - Psicoterapia Humanizada na Bela Vista
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