Os limites do perdão

Os limites do perdão


O perdão é uma atitude difícil  de conceituar e mais difícil colocar em prática.

psicologa bradesco


Não vou entrar no mérito do perdão religioso, pois esta via não me compete discutir. Vou tratar do perdão no senso comum, para facilitar o entendimento.



Os limites do perdão.
Até quando devo perdoar?
Até o seu limite particular.



Até o ponto que você não estiver se violentando, ou se forçando para conviver com alguém que tem potencial para fazer outras maldades. Até o ponto em que sua ansiedade se tornar num transtorno, numa obsessão

No entanto, as características BOAS DO RELACIONAMENTO devem ser colocadas na balança, afinal muito se perde quando descartamos uma relação boa por causa de um único erro, cometido, as vezes, irrefletidamente.


O que é perdoar?

Etimologicamente, o verbo perdoar tem origem no verbo perdonare (do latim vulgar). Em uma leitura do Glossarium Mediae et Infimae Latinitatis ,[...] é possível notar que inicialmente os significados do verbo perdonare (mas não os únicos) seriam os de dar, conceder (Santana &Lopes, 2012)
Neste contexto, o perdão deve ser compreendido como uma concessão que se faz ao ofensor. Esta concessão pode ser material ou subjetiva. 

A concessão material consiste em não cobrar uma dívida,  a destruição de um bem, ou reaver um objeto roubado. A subjetiva, por sua vez, consiste em não revidar uma ofensa, uma agressão; em não agir como o outro agiu.

Observe que o perdão subjetivo não propõe o esquecimento das ofensas, como se elas nunca tivessem acontecido; ao contrário: nosso cérebro registra automaticamente todas as ocorrências ruins que atravessamos ao longo da vida, justamente para que possamos nos preservar no futuro. Isto é instinto de sobrevivência.

Perdoar não quer dizer que você deva conviver com o agressor como se nada tivesse acontecido. Aconteceu algo. Isso fica registrado em nossas memórias. Não há como apagar. Perdoar quer dizer que você pode/deve/quer dar uma nova chance para que aquela pessoa que lhe magoou possa se redimir, apesar das ocorrências.




O modelo de perdão interpessoal proposto por Enright
Fase de descoberta

  • Exame das defesas psicológicas.
  • Confrontação da raiva; a questão é liberar a raiva, e não, nutri-la.
  • Admitir vergonha, quando apropriado.
  • Consciência da catexia, ou, dito de outro modo, de estar tendo suas energias drenadas pela mágoa.
  • Consciência do ensaio psicológico da ofensa (ou ruminação da ofensa).
  • Insight de que a vítima pode estar comparando sua situação à situação do ofensor
  • Conscientização de que a ofensa pode causar mudanças adversas e permanentes em si mesmo.
  • Insight da possibilidade de alterar a visão de mundo naquele momento em relação à situação
  • de mágoa.
  • Fase de decisão
  • Novos insights sobre o fato de que as estratégias para lidar com a ofensa e a dor relacionada não
  • estão sendo eficazes.
  • Disposição para considerar o perdão como uma opção.
  • Comprometimento de se perdoar o ofensor.
Fase de trabalho
  • (reenquadramento), em que a vítima se esforça para perceber o ofensor de maneira
  • contextualizada (ampliando sua percepção da situação de ofensa).
  • Empatia em relação ao ofensor.
  • Consciência de compaixão em relação ao ofensor.
  • Aceitação e absorção da dor.
Fase de resultados/benefícios (aprofundamento)
  • Encontrando sentido para si e para os outros no processo de perdão, e mesmo no sofrimento.
  • Percepção de que o próprio self já necessitou do perdão de outros no passado.
  • Percepção de que não se está sozinho, ou não se é a única pessoa a lidar com a mesma ofensa.
  • Percepção de que o self pode ter um novo propósito de vida em função da ofensa.
  • Conscientização do decréscimo de afetos negativos, e talvez, do aumento de afetos positivos em
  • relação ao ofensor; consciência de maior liberdade emocional e interior
(Santana &Lopes, 2012)
.
Psicologa Amil










Perdoar pode favorecer o resgate da autoestima



Referências

SANTANA, Rodrigo Gomes  and  LOPES, Renata Ferrarez Fernandes. Aspectos conceituais do perdão no campo da Psicologia. Psicol. cienc. prof. [online]. 2012, vol.32, n.3 [cited  2016-11-23], pp.618-631. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932012000300008&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1414-9893.  http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932012000300008.





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