Não há UMA resposta definitiva para esta pergunta.
O objetivo deste post é exercitar a reflexão em torno do tema.
Os relacionamentos mediados pela internet trazem algumas características peculiares:
Para algumas pessoas são tentativas de encontrar um relacionamento que atenda seus ideais; para outras, trata-se uma chance de fugir da solidão mesmo que por uma noite apenas. Estas características acabam contaminando os relacionamentos estabelecidos de outra forma, levando-nos a viver na era do "Amor Líquido"
Em nosso mundo de furiosa “individualização”, os relacionamentos são bênçãos ambíguas. Oscilam entre o sonho e o pesadelo, e não há como determinar quando um se transforma no outro. Na maior parte do tempo, esses dois avatares coabitam embora em diferentes níveis de consciência. No líquido cenário da vida moderna, os relacionamentos talvez sejam os representantes mais comuns, agudos, perturbadores e profundamente sentidos da ambivalência. É por isso, podemos garantir, que se encontram tão firmemente no cerne das atenções dos modernos e líquidos indivíduos-por-decreto, e no topo de sua agenda existencial. (Bauman, 2004, p.6)
Neste cenário marcado pelo individualismo, a tendência é que a busca por relacionamentos que ofereçam o máximo, e que cobrem o mínimo:
- Alguns querem ser amados, nas resistem na hora de se entregar;
- Alguns querem apenas ser cultuados por exibirem um corpo "perfeito", sem se dar ao trabalho de olhar para o rosto do outro; (O bom e velho olho-no-olho foi substituído pelo olho-nos-bíceps, ou olho-nas-nádegas)
- Alguns esperam alguém que tenha poder aquisitivo suficiente para oferecer encontros mágicos e confortáveis;
- Alguns querem se encontrar com pessoas que as admire pela sua capacidade intelectual, sem se dar ao trabalho de ouvir minimamente o que o outro tem a dizer.
E talvez por isso... algumas pessoas somem!
Podemos elencar aproximadamente 1000 motivos que levam as pessoas a sumirem depois de alguns encontros: mas vou elencar apenas alguns:
- Medo de um envolvimento afetivo maior, quando não houve afinidade suficiente para isto;
- Medo de ser julgado e avaliado pela outra parte;
- Sentimento de inferioridade ou superioridade diante do outro;
- Dificuldade em acompanhar o ritmo do outro;
- Sentir-se sufocado diante do outro;
- Não sentir abertura suficiente para engajar um relacionamento constante;
- Perceber como insuficiente a forma como a outra parte demonstrou interesse;
- Falta de química;
- Percepção de falta de interesse da outra parte;
- Medo de parecer carente, pegajoso, etc..
- Percepção de que o outro é carente, pegajoso, etc.
- Percepção de que o outro está buscando algo que não é possível oferecer naquele momento;
- etc.
Em geral, os indivíduos que somem tendem a fazer isso de forma sutil, evitando (na sua concepção), causar maiores danos à outra parte, pois acreditam que declarar abertamente sua falta de interesse poderia magoar a outra parte.
Se você estava se relacionando com alguém que "evaporou", não se culpe. Lembre-se que a outra pessoa é dona da própria vontade e certamente esta sumida tem mais relação com aqueles conflitos mal-resolvidos dela, do que com você. E você não tem varinha mágica para resolver os problemas dos outros, não é?
Se você é a pessoa que "evaporou", seria adequado pensar em outras formas mais nobres de promover o desligamento: que tal se da próxima vez, que você sair com alguém que não lhe interessou, tentar converter esta relação em amizade? Ou falar abertamente e com delicadeza sobre os motivos que impediram que você desenvolvesse um interesse maior pelo outro? Enfim existem muitas alternativas para lidar este mal estar.
Referências
BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Ed., 2004.
Desde 2013, atuando exclusivamente ncomo psicóloga clínica em SP, tratando pacientes com Depressão, Ansiedade, fobias, crises de pânico, prevenção ao suicídio.
Assista os vídeos do canal de Psicologia no Youtube sobre relacionamentos, comportamento humano, Psicoterapia e Psicologia.
Leia também alguns artigos neste Blog da Psicóloga SP (Psicologia Sem Fronteiras)
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