Mecanismos de defesa nas relações afetivas
Até ontem, você vivia uma vida relativamente tranquila, apenas com seus problemas cotidianos, levando sua rotina de forma estável. Mas hoje tudo é diferente: seu coração bate descompassado, você perdeu subitamente o apetite, está com alguma dificuldade para conciliar o sono. Isto para dizer o mínimo, porque sua produtividade sofreu um abalo: aquilo que você conseguia fazer com muita prática, hoje está demandando um esforço imenso, pois sua capacidade de concentração está comprometida e sua ansiedade está em “nível hard”.
Até ontem, você conseguia pensar nas contas a pagar, nos relatórios a entregar, nos prazos a cumprir; conseguia sair com os amigos, conversar vários sobre assuntos variados, olhar para diversas pessoas e admirar algumas.
Mas hoje você está diferente: sua atenção está voltada para um único foco: o objeto de sua paixão.
Você não se deu conta de como, nem quando isto aconteceu, afinal não estava esperando por isso! Mas aos poucos foi percebendo que subitamente seu pensamento mudou de foco, e está cada vez mais difícil manter a rotina. Neste momento, a única coisa que o motiva é a vontade de estar com aquela pessoa.
Porém, este desejo é sempre acompanhado de muitas dúvidas, pois existe o risco da não correspondência, mesmo que a outra parte tenha demonstrado isso de forma clara e isto aumenta muito sua ansiedade, pois seria muito doloroso lidar com a rejeição.
Mecanismos de defesa nas relações afetivas
Mecanismos de defesa nas relações afetivas
Para lidar com esta situação, você passa a blindar-se contra o apego usando mecanismo de defesas, propostos por Anna Freud (2006). Vamos analisar cada um deles:
Repressão – ato de reprimir os pensamentos perturbadores para o inconsciente, evitando contato.
A repressão da paixão pode ocorrer evitando manter o pensamento na pessoa alvo.
Formação reativa – comportamento ou pensamento oposto à pulsão inconsciente.
Encontrar ou ampliar os defeitos do outro, para justificar uma rejeição consciente.
Projeção - atribuídos a outras pessoas sentimentos e comportamentos teus:
Imaginar que o outro esteja sentindo o mesmo que você sente, ou se comportando de forma a te atingir, pois você certamente está se comportando para atingi-lo de alguma forma.
Regressão - esperar gratificação que ocorriam em fases anteriores do desenvolvimento.
A vitimização pode ser considerada um claro exemplo de regressão: uma pessoa apaixonada pode tentar expor sua fragilidade, apara despertar o desejo de ser cuidado pelo outro.
Racionalização. Buscar explicação racional para justificar pulsões inaceitáveis do ego.
Os indivíduos tendem a racionalizar quando estão apaixonados, criando “desculpas” plausíveis para evitar a vinculação. Podemos citar como exemplo, as barreiras levantadas pela diferença de classe social, de educação, cultura etc.
Negação. Negar-se a perceber o que ocorre a sua volta, perdendo algum contato com a realidade.
Nas situações de apaixonamento, percebe-se a presença deste mecanismo quando o indivíduo não consegue ler adequadamente os sinais emitidos pela outra parte, ou fantasiando em excesso a situação, ignorando sinais importantes.
Deslocamento. Substituição consciente de um pensamento/comportamento por outro.
Na presença da pessoa amada, você demonstra interesse por outra pessoa, com o intuito de despertar alguma reação de ciúme que demonstre que ele(ela) também sente algo por você.
Anulação. Cancelamento da experiência prévia e desagradável.
Este mecanismo pode explicar porque é tão difícil fazer declarações de amor, pois a dor da rejeição pode ser insuportável. Sendo assim, o indivíduo passa a anular suas pulsões para não ter de lidar com a possibilidade de rejeição.
Introjeção. Adotar características da personalidade de outras pessoas.
Os apaixonados assimilam muito rapidamente as características da pessoa desejada, e para agradá-las é possível que passem a pensar e se comportar de maneira similar, a fim de se tornarem desejáveis.
Sublimação. Canalização das pulsões afetivas/sexuais para fins mais nobres e socialmente aceitos.
Este mecanismo pode levar as pessoas apaixonadas a praticarem o bem, fazer caridade ou se engajarem em atividades voluntárias.
Estas defesas (chamadas popularmente de “joguinhos” no senso comum”) podem ter custo bem alto: a outra parte pode interpretar de forma literal estes comportamentos de esquiva como uma rejeição, assimilar esta mensagem contraditória como verdadeira, e perder a coragem para investir na relação.
Se você já vivenciou uma situação parecida, fica uma dica: tente se aproximar novamente, sem jogos, de forma franca e honesta, demonstrando seu real interesse. Pode ser que ainda exista afeto suficiente para dar um "gás" na relação. Mas se não houver, o jeito é desapegar-se e seguir em frente, afinal, existem muitas pessoas precisando vivenciar uma relação de apego, de forma transparente, sem “joguinhos”
FREUD, ANNA. O Ego e Os Mecanismos de Defesa. Porto Alegre. Ed. ArtMed; 2006
Desde 2013, atuando exclusivamente ncomo psicóloga clínica em SP, tratando pacientes com Depressão, Ansiedade, fobias, crises de pânico, prevenção ao suicídio.
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