Diferença entre: atração, desejo, paixão e amor.
Emoções são reações primárias que ocorrem em nosso organismo diante de um estímulo; o sentimento é a interpretação deste estímulo.
Se a separação entre emoções e sentimentos é algo difícil, classificar sentimentos é praticamente uma "missão impossível". Tentarei aqui fazer uma reflexão aproximativa. Aceito comentários e sugestões.
Atração:
Somos programados para detectar estímulos bonitos (embora o conceito de beleza seja idiossincrático, ou seja, varia para cada um de nós). Deste modo, facilmente somos atraídos por aquilo que consideramos belo.
É a admiração inicial por alguém, que pode ser focal como admirar partes do corpo de alguém (olhos, boca, etc) ou o desempenho que alguém demonstrou na execução de uma tarefa (jogar futebol, tocar um instrumento, etc), ou ainda pela forma que alguém se veste.
Logo, a atração não passa deste ponto: se passar, já podemos considerar desejo.
Desejo:
No momento em que a atração inicial causou algum impacto, pode-se dizer que passamos a desejar o objeto. O start inicial se dá quando o indivíduo é exposto ao estímulo que admira frequentemente e passa a fantasiar.
Nesta fase, são comuns pensamentos recorrentes esparsos sobre como se aproximar do objeto desejado. O carro chefe destes pensamentos é o objeto da atração (olhos, boca, atividade, etc)
A exposição ao objeto colabora para que o desejo aumente, favorecendo movimentos de aproximação, que vão se tornando cada vez mais evidentes,e alguns indivíduos não conseguem disfarçá-los, chegando ao ponto de chamar a atenção de outras pessoas que estão no mesmo ambiente.
Considerando que a aproximação tenha ocorrido, e que a outra parte tenha emitido algum comportamento que indique uma possibilidade de correspondência, os é pensamentos se tornam cada vez mais recorrentes, favorecendo a emissão de comportamentos que podem levar a concretização dos desejos.
- Quando o comportamento de aproximação é desfavorecido de forma recorrente, é esperado que o indivíduo gradativamente desista e passe a focar em outros interesses. Pode haver alguma frustração, mas em geral é pequena e fácil de lidar (espera-se).
- Mas quando existem evidências concretas de que a outra parte está correspondendo aos comportamentos de aproximação, a euforia tende a aumentar, os pensamentos ficam cada vez mais recorrentes, muitas vezes chegando a ser obsessivos, e os comportamentos passam a ser direcionados no sentido de conquistar o objeto tão desejado. Estamos agora falando da gênese da paixão, uma fase onde as idealizações se tornam muito perigosas, pois há uma tendência a distorções cognitivas, especialmente no que concerne à busca por correspondências.
A paixão
A paixão é a ampliação do desejo.
O objeto do desejo agora não é mais o olho, e sim, o olhar; não é mais a boca, mas sim o beijo, não são mais as mãos, e sim o toque, não é mais a voz, e sim a fala.
Uma das diferenças apontadas entre a o desejo e a paixão, é que no desejo as emoções e sentimentos são ainda rudimentares, visando o bem estar somente do indivíduo. Na paixão começa a existir a preocupação em agradar o outro. Naturalmente, em última instância, esta preocupação visa o bem estar do indivíduo apaixonado, mas isso não fica tão evidente no começo. É preciso uma dose cavalar de autoconhecimento para chegar a esta conclusão.
Os centros da recompensa do cérebro intensificam a produção de dopamina, substância responsável pelo bem estar emocional, favorecendo os comportamentos de aproximação. Nesta fase é comum que as pessoas façam mudanças sutis ou radicais na aparência, mudem alguns hábitos ou mesmo que fiquem mais distraídas.
Sendo assim, os apaixonados tendem a ficar desatentos, alegres demais ou tristes demais (dependendo da forma como a conquista está ocorrendo).
A paixão não conhece limites: avança o campo profissional, pessoal, familiar, prevalecendo acima de todos os demais interesses. Praticamente todos os movimentos de um indivíduo são no sentido de buscar aproximação e aceitação do outro, de todas as formas possíveis.
- Quando não é correspondida pela outra parte, é esperado que o indivíduo fique frustrado, mas elabore esta frustração em curto espaço de tempo, desde que compreenda que certas coisas na vida não dependem só de nós, e que a outra parte tem outros interesses, outras prioridades. Os sinais de uma paixão não correspondida são (na maioria das vezes) evidentes; a outra parte emite comportamentos claros de fuga, esquiva, substitui gentilezas por polidez, e restringe o contato ao mínimo possível.
- Quando correspondida, a sensação de bem estar é indescritível, porém acompanhada de ansiedade (em geral nível "hard"), pois o medo da perda também é muito grande. Por esta razão, muitos apaixonados vivem constantemente aflitos.
O amor
O amor é a evolução da paixão.
Em alguns casos, não há necessidade de passar pelo fogo da paixão para chegar ao amor; em outros casos, paixão e amor podem estar presentes no mesmo momento afetivo.
Amor na Psicologia
O amor é entendido na teoria de Stenberg (1986) como a variação em função da extensão três elementos básicos: a paixão, a intimidade e o compromisso. As variações possibilitam oito formas diferentes de amar.
No amor, existe uma forte tendência a apreciar a companhia do outro como algo indispensável. Os relacionamentos tendem a ser maduros, pois a paixão inicial já foi superada, e os pares encontraram elementos suficientemente bons para que pudessem se relacionar de forma mais construtiva.
Os defeitos são tolerados como algo natural, as manias do outro são normais, o ciúme já não é tão forte, mas a interação entre os pares é bem mais profunda, sem a necessidade de máscaras ou joguinhos emocionais.
Nesta fase, os indivíduos têm mais força para atravessarem juntos por situações de adversidades, e não ficam tão receosos em perder o parceiro, pois estão relativamente seguros que o afeto que recebem é suficiente para garantir a aceitação da outra parte.
Portanto, o amor é um sentimento maduro, que possibilita uma relação pacífica e duradoura.
Para saber mais sobre amor:
Desde 2013, atuando exclusivamente na área clínica, tratando pacientes com Depressão, Ansiedade, fobias, crises de pânico, prevenção ao suicídio.
Assista os vídeos do canal de Psicologia no Youtube sobre relacionamentos, comportamento humano, Psicoterapia e Psicologia.
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